quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Te procurei

Já escrevi as cores do jardim
E cantei as estrelas do mar
Já pintei o passar do vento
E desenhei a brisa do orvalho
Já criei no dicionário palavra só sua
E gritei seu cheiro na rua, esquina e porão.
Não teve quem não visse, não,
Coitado do zé da padaria, que mesmo assim pedia:
Minina me fala de novo, não sou mais novo,coitado de mim
Mas dessa paixão eu quero ouvir.

Oxe, e eu gritei
Oh mininu, se tu não sabes que te procuro
Alumia o meu escuro, com teu sorriso de paz
Oxe, ai eu gritei
Oh meu nego, teu negro d´alma é o que me acalma
E só agora que provei teu beijo,
É que me diz que já vai ,
Oxe vai não
Oxe vai não!
E quem disse que parei?

Já encenei os rabiscos do fim
E cifrei minha vida no ar
Já dancei na flor da ires
E harmonizei o que brilha no olhar
Já atirei pedras pulando no céu, joguei
E colhi as frutas da lua, satélites e anéis .
Não teve quem não visse, não,
Dessa vez foi dona Maria, que mesmo assim pedia:
Minina deixa esses trecos de lado, e chama teu nego ,Ensina a sambar e não deixa ir.


Míl Souza

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